A Importância do Afeto no Desenvolvimento infantil
“ABRACE SEU FILHO E ELE ABRAÇARÁ A VIDA”
O amor só existirá de
verdade se o demonstramos aos nossos filhos com doses diárias de afeto, é desta
forma que ele se concretizará e então fortalecerá a criança, a qual aprenderá a
amar a si própria, aos outro e a vida!
Christiane Junqueira
A palavra afeto vem do latim affectur (afetar, tocar) e
constitui o elemento básico da afetividade.
Segundo o Dicionário Aurélio (1994), o verbete afetividade está
“Psicol: conjunto de fenômenos psíquicos
que se manifestam sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de
dor, insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza”.
Quando um bebê nasce, junto com ele um “possível” sentimento de
medo e insegurança podem nascer também. O aconchego do útero materno fica para
traz dando espaço ao aconchego vindo do afeto dos pais, os quais determinarão,
através de suas atitudes, se esse “possível” medo e segurança se tornarão
realidade ou não na vida deste novo bebe.
Desde que
nasce até a infância, o individuo passa a deparar-se com um universo novo, que
deverá ser descoberto e consequentemente explorado. Esta diante de um momento
delicado da vida, vivenciando transformações e experiências até então desconhecidas.
Porém, a tarefa de “viver’ o coloca ainda diante de varias outras situações
como as alterações hormonais, mentais e corporais que começam a aparecer, junto
as situações externas, que exigem cada vez mais dos pequenos e também dos
adolescentes.
As cobranças
só aumentam e seguem por toda a vida, mas é a partir da fase escolar que as
cobranças começam a ter mais intensidade, pois exige-se resultados diante de
tudo que a criança esta aprendendo. Tirar notas boas na escola, praticar esportes,
falar um segundo idioma, dominar a informática e por ai vai, a lista é grande,
assim como a insegurança e medo dos pequenos também. A pressão é desmedida e,
às vezes, insuportável para as crianças.
Conseguir corresponder às
expectativas dos pais, professores, colegas e familiares torna-se então um
pesadelo para a garotada, que não consegue expressar os sentimentos e
frustrações por palavras.
Por isso, acreditem: O que vai
direcionar o sucesso ou insucesso das crianças é a atenção “recheada” do
verdadeiro e presencial afeto dos pais.
Mas como assim? Eu amo meu
filho!!
Vamos lá papais e mamães:
Você já conversou e
acariciou sua barriga hoje? Você já abraçou, beijou e brincou com o seu bebê
hoje? Como você lidou com o choros, aparentemente sem motivo? Como você recebeu
seu filho quando o buscou na escola? Como você tratou quando ele veio até você
cheio de duvidas e dificuldades?
A maneira atenciosa e
afetuosa com que vocês pais irão tratar esses momentos, são muito importantes
no desenvolvimento da criança,
principalmente na primeira infância – de 0 a 3 anos, seguindo por
toda a infância, adolescência, ou seja, pela vida.
Os estímulos de carinho
devem começar antes mesmo de o bebê nascer, mas muitos pais não sabem disso. A
maioria acha que cuidar da saúde, na primeira infância, é só o que importa –
esquecendo o lado emocional.
Um estudo realizado
recentemente pelo Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística)
em parceria com a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (SP) ouviu mais de 2 mil
pessoas em 18 capitais brasileiras, sobre a percepção dos pais do
desenvolvimento na primeira infância. O resultado: para 51% dos pais, a
prioridade é levar o pequeno ao pediatra regularmente e dar as vacinas
recomendadas. Na sequência, 45% dos entrevistados relataram a importância de
amamentar o bebê, e 31% apontaram a necessidade de oferecer alimentação
adequada. No entanto, é por meio das brincadeiras, dos passeios e do diálogo
que o bebê descobre o mundo e aprende. “É o carinho dos pais que dá à criança o
suporte necessário para encarar essa imensidão de novidades com curiosidade,
coragem e segurança”, diz o neuropediatra Saul Cypel, consultor da fundação
envolvida na pesquisa, ou seja: cuidar da saúde física e psicológica em
conjunto é o que garante que o pequeno se desenvolva integralmente e exercite
todo o seu potencial.
Crianças tratadas de forma
afetuosa, crescem seguras, são melhor preparadas para enfrentar dificuldades e
problemas seja no ambiente familiar, escolar ou social, tem maior habilidade
para lidar com conflitos, internos ou externos e quando mais velhas, muitas
vezes são capazes até mediar conflitos entre os amigos.
Mas o feto nos traz uma
outra questão muito importante que é sua importância na cognição.
O primeiro autor que
questionou as teorias que tratavam a afetividade e a cognição como aspectos
separados foi o biólogo e epistemólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), o qual afirma
que apesar da afetividade e da cognição serem de natureza diferentes, elas são
inseparáveis.
Segundo Piaget (1953), não
existe afeição sem cognição, assim como não existe comportamento exclusivamente
cognitivo. Desta forma, para Piaget o papel da efetividade é funcional na
inteligência. Ela seria a fonte de energia para que a cognição funcione e
explica esse processo com uma metáfora, afirmando que “a afetividade seria como
a gasolina, que ativa o motor de um carro mas não modifica sua estrutura”.
Sendo assim, todos os
objetos de conhecimento são tanto afetivos quanto cognitivos, e as pessoas, ao
mesmo tempo em que são objetos de conhecimento, são também de afeto.
Segue um video da Chris com os filhinhos dela falando mais sobre afeto:
Segue um video da Chris com os filhinhos dela falando mais sobre afeto:
Referência
Bibliofráfica:
DICIONÁRIO
AURÉLIO – Novo Dicionário da Língua Portuguesa
- Rio de Janeiro, Editora Nova
Fronteira, 1994.
IBOPE
- Instituto Brasileiro de Opinião
Pública e Estatística
PIAGET,
J. – A Psicologia da Criança – Rio
de Janeiro, Ed. Bertrand Brasil, 1998.
Christiane Junqueira, psicóloga, especialista em Psicologia Hospitalar pela FMABC – Faculdade de Medicina do ABC, Neuropsicologia pelo INESP – Instituto Neurológico de São Paulo e aprimoramento em Reabilitação Cognitiva também pelo INESP
Christiane Junqueira, psicóloga, especialista em Psicologia Hospitalar pela FMABC – Faculdade de Medicina do ABC, Neuropsicologia pelo INESP – Instituto Neurológico de São Paulo e aprimoramento em Reabilitação Cognitiva também pelo INESP
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